quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O mais nefasto crime social.


Um mau governo não termina com a cidade, o estado ou o país. Passado o mau governo, a cidade, o estado ou o país continuará lá, não sumirá. 
Porém sua população estará mais pobre, mais carente e, especialmente, mais longe dos povos desenvolvidos, pois cada vez mais ignorante e miserável em comparação aos povos que exigem que seus políticos sejam honestos e que as campanhas sejam limpas.
O pior que eu vejo é que mesmo um mau governo ainda assim tem defensores. Por pior que seja, ainda haverá pessoas que os defenderão. Exemplo gosto de dar de muitos governos que afundaram seus países, como o PRI no México, que se manteve no poder por 71 anos. Ou muitos governos do continente Africano, países ricos em petróleo ou minerais, mas que tem seu povo na pobreza e ignorância. No Brasil posso citar o período da Ditadura, o qual até hoje há defensores, especialmente partidos de direita. O Brasil cresceu sim na ditadura, mas não cresceu nem perto do que cresceram países democráticos pelo mundo afora – o principal déficit foi cultura, pois os milicos tinham medo da educação, o que acarretaria a consequente informação e ampliação da visão de mundo. Portanto quem enxerga apenas o Brasil, não vendo fora disso, continuará com sua visão tosca e defendendo o regime militar.
Portanto, por mais incrível que pareça, mesmo nesses países, como referido, há uma grande parte da população que defende esses governos corruptos e nefastos ao país. Vejo este fenômeno como o do sapo sendo cozinhado lentamente na panela, ele não percebe que está esquentando e o fim que lhe aguarda, pois aquele é o ambiente em que vive e percebe.
Esse fato acontece porque as pessoas vivem em seus mundinhos, enxergam somente seus umbigos, e acham que levando alguma vantagem pessoal, que melhore sua situação para com seu vizinho, estará tudo bem. Porém não conseguem enxergar além desta linha muito tênue e pequena. Não conseguem enxergar que a vantagem pessoal leva ao empobrecimento social, comprometendo todo o futuro da sociedade em que vive.
Essa é uma realidade da falta de cultura, pobreza e ignorância, que produz a venda e compra de votos. 
Mas quem vende seu voto, vende seu futuro e de toda a comunidade. Quem vende seu voto vende a vida digna, trocando-a pela vida do favor; e obriga, não só a si e o seus, mas a toda a comunidade a uma pobreza social e econômica produzida por políticos corruptos e sem compromisso com a coisa pública ou até com o País. A venda e compra de votos, seja por que tipo de favor for, é um crime nefasto à sociedade, obrigando todos os cidadãos a conviverem com políticas desvirtuadas e o empobrecimento social.
A compra e venda de votos leva a desonestidade social, pois o indivíduo que vende seu voto deixa de ser cidadão, para se tornar massa de manobra e vassalo de corrupto, tornando ambos criminosos. Mas o principal agente deste crime é o político que compra votos. Esse sim é um bandido da pior espécie, pois além de não saber sua finalidade política social, ainda usa e usará a máquina pública com uma única finalidade, que é a conquista pessoal. O comprador de voto não consegue pensar em política como desenvolvimento social, pois seus interesses são particulares ou de grupos.
Portanto, o político corrupto sempre será aquele que em primeiro lugar comprará sua eleição, abusando da ignorância de muitos indivíduos que se encontram, de regra, na pobreza adjeta. E pior, de regra os indivíduos pobres são os que mais precisam de políticos honestos, mas acabam sendo enganados por cestas básicas, gasolina, favorecimentos específicos, algum troquinho, em favor de voto para desonestos ou corruptos, que nunca os representarão.
O cidadão honesto, assim, está alijado deste processo, sendo fulminado por corruptos de carteirinha.
Cabe ainda uma última observação, a eleição, assim como um concurso público, deve ser marcada pela correção e retidão. O concursando que é privilegiado, seja de que forma for (comprando prova, recebendo pontos, sendo beneficiado de qualquer forma ilegalmente), comete um crime e tem seu concurso anulado. E é consenso público que se trata de corrupção e desvio da finalidade pública. Portanto, na eleição se deve exigir dos candidatos neste concurso público, feito pelo voto, a retidão exigível de qualquer concurso público.
Finalmente reitero que a compra e venda de voto torna o cidadão que vende seu voto um ser desonesto; e o agente que compra voto, seja político ou mero cabo eleitoral, um corrupto, que produz talvez o mais nefasto crime social, que é o apodrecimento das instituições políticas pela corrupção eleitoral.