Um mau governo não
termina com a cidade, o estado ou o país. Passado o mau governo, a cidade, o
estado ou o país continuará lá, não sumirá.
Porém sua população
estará mais pobre, mais carente e, especialmente, mais longe dos povos
desenvolvidos, pois cada vez mais ignorante e miserável em comparação aos povos
que exigem que seus políticos sejam honestos e que as campanhas sejam limpas.
O pior que eu vejo é que
mesmo um mau governo ainda assim tem defensores. Por pior que seja, ainda
haverá pessoas que os defenderão. Exemplo gosto de dar de muitos governos que
afundaram seus países, como o PRI no México, que se manteve no poder por 71
anos. Ou muitos governos do continente Africano, países ricos em petróleo ou
minerais, mas que tem seu povo na pobreza e ignorância. No Brasil posso citar o
período da Ditadura, o qual até hoje há defensores, especialmente partidos de
direita. O Brasil cresceu sim na ditadura, mas não cresceu nem perto do que
cresceram países democráticos pelo mundo afora – o principal déficit foi cultura,
pois os milicos tinham medo da educação, o que acarretaria a consequente
informação e ampliação da visão de mundo. Portanto quem enxerga apenas o
Brasil, não vendo fora disso, continuará com sua visão tosca e defendendo o
regime militar.
Portanto, por mais incrível que
pareça, mesmo nesses países, como referido, há uma grande parte da população
que defende esses governos corruptos e nefastos ao país. Vejo este fenômeno
como o do sapo sendo cozinhado lentamente na panela, ele não percebe que está
esquentando e o fim que lhe aguarda, pois aquele é o ambiente em que vive e percebe.
Esse fato acontece porque as pessoas
vivem em seus mundinhos, enxergam somente seus umbigos, e acham que levando
alguma vantagem pessoal, que melhore sua situação para com seu vizinho, estará
tudo bem. Porém não conseguem enxergar além desta linha muito tênue e pequena.
Não conseguem enxergar que a vantagem pessoal leva ao empobrecimento social,
comprometendo todo o futuro da sociedade em que vive.
Essa é uma realidade da falta de
cultura, pobreza e ignorância, que produz a venda e compra de votos.
Mas quem vende seu voto, vende seu
futuro e de toda a comunidade. Quem vende seu voto vende a vida digna,
trocando-a pela vida do favor; e obriga, não só a si e o seus, mas a toda a
comunidade a uma pobreza social e econômica produzida por políticos corruptos e
sem compromisso com a coisa pública ou até com o País. A venda e compra de
votos, seja por que tipo de favor for, é um crime nefasto à sociedade,
obrigando todos os cidadãos a conviverem com políticas desvirtuadas e o
empobrecimento social.
A compra e venda de votos leva a
desonestidade social, pois o indivíduo que vende seu voto deixa de ser cidadão,
para se tornar massa de manobra e vassalo de corrupto, tornando ambos
criminosos. Mas o principal agente deste crime é o político que compra votos.
Esse sim é um bandido da pior espécie, pois além de não saber sua finalidade
política social, ainda usa e usará a máquina pública com uma única finalidade,
que é a conquista pessoal. O comprador de voto não consegue pensar em política
como desenvolvimento social, pois seus interesses são particulares ou de
grupos.
Portanto, o político corrupto sempre
será aquele que em primeiro lugar comprará sua eleição, abusando da ignorância
de muitos indivíduos que se encontram, de regra, na pobreza adjeta. E pior, de
regra os indivíduos pobres são os que mais precisam de políticos honestos, mas
acabam sendo enganados por cestas básicas, gasolina, favorecimentos
específicos, algum troquinho, em favor de voto para desonestos ou corruptos,
que nunca os representarão.
O cidadão honesto, assim, está
alijado deste processo, sendo fulminado por corruptos de carteirinha.
Cabe ainda uma última observação, a
eleição, assim como um concurso público, deve ser marcada pela correção e
retidão. O concursando que é privilegiado, seja de que forma for (comprando
prova, recebendo pontos, sendo beneficiado de qualquer forma ilegalmente),
comete um crime e tem seu concurso anulado. E é consenso público que se trata
de corrupção e desvio da finalidade pública. Portanto, na eleição se deve
exigir dos candidatos neste concurso público, feito pelo voto, a retidão exigível
de qualquer concurso público.
Finalmente reitero que a
compra e venda de voto torna o cidadão que vende seu voto um ser desonesto; e o
agente que compra voto, seja político ou mero cabo eleitoral, um corrupto, que
produz talvez o mais nefasto crime social, que é o apodrecimento das
instituições políticas pela corrupção eleitoral.
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