sexta-feira, 21 de junho de 2013

Protestos! Contra o quê?

                            Aumento da tarifa de ônibus? Vinte centavos! Não.
Muito embora o transporte público do Brasil seja um caso de polícia, mas este motivo é apenas a gota d’água que transbordou.
A população cansou. E vejo outras coisas como motor das manifestações. Não são os altos impostos, mas a ineficiência em distribuí-los; bem como o custo Brasil/Político; afora a omissão e irresponsabilidade dos agentes políticos por seus atos.
Vê-se quase como regra o ingresso na política, e em muitos cargos do serviço público, por ser um bom emprego (bom salário para a média) ou oportunidade para assacar a administração pública e ao final o próprio Brasil. E responsabilidade dos agentes políticos, quase nenhuma. Com um passivo MP e Judiciário. Afora a população que em boa parte acha o trabalho de político corrupto bom, pois lhe permite ganhar em pecúnia ou favores alguma coisa, menos, é claro, a cidadania. Mas isso essa parte da população, por falta de cultura, não sabe o que é.
Essas mazelas brasileiras não foram fruto de sua população, mas da má condução da política em nossa história. Chega-se a creditar como o último político descente o Getúlio Vargas (+ 1954).
A cultura e a educação de um povo é o fator que leva à melhora na qualidade de vida, na melhora em suas instituições; à cidadania.
Porém, quais foram os investimentos em educação no Brasil. Desde João Goulart, e o cunhado Leonel Brizola, a educação no Brasil é deixada de lado, os professores são hoje uma das classes mais desprestigiada da sociedade. O professor, designação tão bonita, virou tio ou profe.
Investimento em educação não é prioridade para os políticos, prioridades são CCs e “o que podem levar de vantagem”. Estarrecido vi os deputados negarem o projeto de aplicação de 100% dos ganhos do pré-sal em educação. Projeto do Senador Cristovam Buarque, mas recusado pelos deputados e senadores. Porém pretendido e defendido esse projeto pelo Executivo. Estarrecido vejo somente proposta de criação de CCs, para burlar a Constituição Federal e permitir o ingresso no serviço público sem concurso.
O que muda havendo educação? Educação de qualidade? Muda a forma de ver a realidade; muda a compreensão da história; muda a noção da nossa responsabilidade pelo que é feito na política e pelos agentes públicos, e então o indivíduo passa a ser um indivíduo político, não um indivíduo de manobra ou voto comprado, tal qual boi no pasto.
O que se praticou no Brasil é a bandidagem política. Em estudo feito pela Unisinos constatou-se que 42% do orçamento é utilizado para pagar a dívida pública (criada nas últimas décadas), no orçamento de 2013 foram 900 bilhões. http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/513556. E nem vamos falar dos casos de corrupção.
Ora, contra isso ninguém berra!!
Vejo diariamente gritos imbecis e asnáticas contra a bolsa família e outras políticas de distribuição de renda, com o qual o governo gasta R$ 20,5 bilhões.
Ao analisar os serviços da dívida pública, constato que o Governo Federal paga para algumas dezenas de Banqueiros o valor de 153 dias de arrecadação federal, e para a Bolsa Família, que atende 13,8 milhões de FAMÍLIAS, consome meros 3,5 dias de arrecadação. Para a educação, 12,2 dias.
Ora, contra isso, os ganhos dos banqueiros, ninguém berra!!
Esse tipo de mentalidade precisa mudar.
Minha proposta ao movimento:
1 – Pela diretiva fundamental da educação, tornando a educação o principal gasto e objetivo de todos os governos, em todas as esferas, inclusive com ensino e passagens gratuitas aos estudantes, agregada a valorização dos professores;
2 – Que todo o ganho do pré-sal seja de destinação obrigatória em educação, além dos gastos obrigatórios em educação;
3 – Que sejam os agentes políticos (os eleitos e os órgãos de poderes) responsáveis por seus atos, nos mesmos moldes da responsabilidade civil, bastando mera culpa;
4 – Pelo combate acirrado da corrupção, com cobrança em peso das autoridades, Promotores de Justiça, delegados e Juízes, para que cumpra sua missão constitucional, especialmente no controle e fiscalização dos políticos e das eleições;
5 – Pelo fim dos CC no serviço público, que é uma das mazelas ao serviço público, por se tratarem de pessoas que entram no serviço público sem comprometimento com a coisa pública, defendendo o único interesse de quem o nomeou.
Essa é a minha proposta pessoal ao movimento ora despertado, e sugiro nominar esse movimento como “Movimento da Responsabilidade”.
Adalberto Paulo Klock

Em tempo: Gostaria de acrescentar as propostas, a feita pelo Douto amigo Waldemar Menchik Jr., que com muita propriedade diz:

Uma sugestão (já que todos dão seus pitacos): CRIMES DE CORRUPÇÃO DEVIAM SER JULGADOS PELO JÚRI POPULAR, SEM POSSIBILIDADE DE SIGILO (população). Veríamos, assim, com a exposição dos ´MALUFS´ da vida (de todos os partidos, empreiteiros, pessoal da mídia, gente especialista em LICITAÇÕES E LEILÕES FRAUDADOS), sempre protegidos pela mídia venal, QUE A CORRUPÇÃO, AO MENOS POR RECEIO DE ALGUNS SEREM LEVADOS DAS COLUNAS SOCIAIS PARA AS PÁGINAS POLICIAIS, DIMINUIRIA. OU, AO MENOS, TESTARÍAMOS A REAL HONESTIDADE DO POVO ( isso também é relevante). Até pq, o sistema penal pátrio só se destina aos desprovidos. Aliás, como disse certa feita um camponês salvadorenho: ´LA LEI ÉS COMO LA SERPIENTE, SOLO PICA LOS PIES DESCALÇOS´...

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