quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Carta a AASP, sobre a greve dos servidores da Justiça de SP


É com profunda tristeza que vejo uma das instituições mais importantes do Brasil, a AASP, publicar a nota pedindo a retomada do serviço essencial do Judiciário de SP, afirmando que os serviços essenciais não podem parar.
A Nota em momento algum faz referência as reivindicações dos trabalhadores, simplesmente pede que retornem ao serviço.
Se o entendimento esboçado na referida Nota fosse aplicado em toda a história da humanidade, os trabalhadores estariam ainda hoje na plena vigência do sistema aplicado na revolução industrial.
Cabe lembrar que aquele sistema exigia trabalho de 15 a 18 horas diárias, inclusive e especialmente das crianças, com salários aviltantes e lucros onzenários, sem qualquer segurança em caso de doenças ou invalidez. A aposentadoria vinha com a morte.
Isso só mudou pela luta das categorias envolvidas, e lutas violentas, não só com paralisação, mas também com destruições violentas. Segundo alguns historiadores, mais de 200.000 tecelões morreram ante as condições aviltantes que existiam.Mas os direitos estão ai, para serem usufruídos por todos, inclusive pela classe dos advogados da AASP.
Hoje se vê as entidades que deveriam representar o progresso pedindo para que se reivindique, mas sem atrapalhar o serviço???
Efetivamente essa é uma proposta bem interessante, podem reivindicar, desde que não parem nada e nada mude.
Acredito que os nobres representantes da AASP não leram ou meditaram sobre o que assinaram, pois do contrário não pediriam tamanha estultice.
Sem luta pelos direitos a sociedade retornará facilmente a tempo idos, e que não podem voltar, especialmente para os advogados, que são sempre a primeira das classes de trabalhadores aniquilada e cassada pela arbitrariedade do poder. Cabe sim aos nobres causídicos talvez um maior conhecimento sobre história e sociologia.

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