quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Carta a Pedro Paz


Colega Pedro Paz,
Oficial de Justiça Laureado de Pelotas.
(correspondência enviada na Primavera de 2008)

No Judiciário Gaúcho desde 90. Com colegas aguerridos e lutadores muita refregas enfrentamos: corte de ponto, de salários, e até a exoneração.
Assim eu sei bem quanta luta custou esses mínimos direitos conquistados desde 1990.
Imagino então o quanto representou a conquista de todos os direitos anteriores, e que hoje desfrutamos.
Mas, tipo o rei gordo e medroso que entrega a coroa com medo de lutar e morrer, muitos dos atuais servidores se acovardam e tentam manter suas vantagens, sem se importar com os demais servidores que futuramente integrarão à categoria. É o rei que não se importa com o destino do seu reino, só quer salvar a pele.
E foi neste sentido que fiz o artigo, como um reconhecimento especial às pessoas que lutaram, como o Senhor, de quem levo o profundo orgulho de ser colega.
Infelizmente, meu amigo, parece que as fornalhas modernas não produzem mais a fibra aquela da luta por direitos, estando os jovens desprovidos deste sentido geral do direito, se importando tão-somente com seu umbigo.
Como muito bem o amigo descreveu, isso tudo se deve à falta de leitura.
Sem leitura, os ignóbeis acham que os direitos que hoje têm lhes foram dados por bondade dos donos do poder. Não sabem eles que todos os direitos foram conquistados com luta, com abnegação, com sofrimento. E como desconhecem isso, não sabem nem o mínimo da origem destes direitos, os entregam de bandeja ao espoliador, com a promessa de manter sua pele.
Meu bom amigo, saiba sempre: os que lutaram nunca serão esquecido, e no dia em que os novos perceberem o feito pelos ignóbeis – aqueles que hoje nos olham com desprezo –, retomarão a luta inspirados nos antigos construtores dos direitos, entre os quais espero um dia fazer parte neste seleto grupo, do qual o amigo já é membro efetivo há longa data.
E assim fico extremamente lisonjeado com a missiva do amigo e companheiro, pois sei que ela é verdadeira e feita por quem tem a autoridade para tanto.
Muito obrigado, companheiro.

Adalberto Paulo Klock
Um humilde seguidor do teu exemplo.

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